Dar as mãos a quem alimenta o mundo

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Por Bárbara Mangiaterra*

Dados do Censo Agropecuário 2017 revelam que os agricultores familiares são 77% dos produtores rurais no Brasil e que ocupam 23% das áreas de produção, empregando 67% dos trabalhadores no campo. Os números deixam claro a diversidade de culturas e a lacuna no acesso ao desenvolvimento tecnológico. Um exemplo são as máquinas teleguiadas, que aplicam defensivos em áreas que ultrapassam os três dígitos em hectares, enquanto os trabalhadores aplicam o produto utilizando bombas costais andando em meio à plantação. Se compararmos o levantamento atual com o de 2006, percebemos que o total de estabelecimentos da agricultura familiar computados foi de 84,4 % em uma área de 32% do total de áreas de produção, ou seja, neste último tivemos uma queda tanto no número de estabelecimentos quanto nos de áreas. Podemos apontar aqui diversos fatores que contribuíram para essa diminuição, mas aqui vou pontuar aqueles mais atenuantes como: a venda da terra para outros fins, o arrendamento ou venda da terra para outros produtores maiores e a falta de informação e dados na gestão dos negócios. No que tange à venda de terra para outros fins, pode-se assinalar, principalmente, que nas proximidades dos grandes centros e com o avanço das áreas ocupadas pelas cidades, as terras assumem valores atrativos por tornarem-se pontos de interesse imobiliário, tanto para a construção de indústrias, como principalmente de condomínios residenciais de alto padrão. O valor oferecido se torna muito atrativo e o pequeno agricultor tende a vender as suas terras e se deslocar para regiões mais afastadas ou, em alguns casos, ainda ficar na cidade. Quando ocorre o deslocamento, outros problemas acompanham o pequeno agricultor familiar, como o aumento dos custos com a logística para entrega de seus produtos e a maior dificuldade de comercialização. E neste ciclo enfrenta-se mais um fator, o de agricultores familiares arrendarem suas terras ou venderem para compor outras áreas. Desta forma, podemos considerar um agravamento no cenário, o êxodo rural, que é um grande risco para o modelo de desenvolvimento econômico em pequenas propriedades. É necessário criar políticas públicas para manter os agricultores em suas regiões e dar atenção para quem tem pouca assistência. Não podemos esquecer que cerca de 20% dos agricultores familiares ainda são analfabetos e, por isso, a atenção com eles deve ser redobrada. A informação agronômica provém muitas vezes dos próprios revendedores de insumos que ainda conseguem atuar nesse nicho da cadeia agrícola, somando grandes montantes financeiros em uma prestação de serviço que, por vezes, fica aquém de reconhecimento e de gerar ganhos efetivos. Os dados para a gestão dependem do produtor e de um conjunto de participantes da cadeia agrícola que são capazes de gerá-los e compartilhá-los de forma rápida. Uma recente norma criada pela Anvisa e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) entrou em vigor e causou dúvidas colossais entre os agricultores familiares de hortifruti. A instrução normativa 02/2018, que trata de rastreabilidade de vegetais ao longo da cadeia produtiva destinados à alimentação humana, em muitos casos são incompletas para o produtor rural. Muitas delas tratam apenas da identificação por meio de etiquetas, ou possuem elevado custo e necessidade de pessoal dedicado ao preenchimento e isso está muito distante do dia a dia do pequeno agricultor. Por mais simples que sejam, em muitos casos, esse público não consegue entender como lidar com um emaranhado de papel para esse tipo de registro. A maioria das ferramentas para auxiliar na rastreabilidade ou são incompletas para o produtor rural, tratando apenas da identificação por meio de etiquetas, ou possuem elevado custo e necessidade de pessoal dedicado ao preenchimento. Neste contexto, existem empresas que oferecem materiais para simplificar esse tipo de rastreabilidade, como uma espécie de Caderno de Campo, que tem o objetivo de atender o pequeno produtor com uma ferramenta acessível em termos de custo. Completa para a rastreabilidade do produtor, a ferramenta permite também a geração de dados que podem ser compartilhados automaticamente com o comprador, gerando confiança para o produtor e informações para a gestão de toda a cadeia de produção. Embora a queda da agricultura familiar cresça a cada ano, é cada vez mais importante para a sociedade contar com esse tipo de cultura, já que são responsáveis por muitos dos alimentos que chegam ao mercado consumidor. Devemos mobilizar o Brasil e o mundo na luta pela preservação da cadeia agrícola, trazer orgulho para quem alimenta, oferecer tudo o que estiver ao nosso alcance. Bárbara Mangiaterra, é especialista e CEO da CompartVeg, empresa que tem como lema “Dar as mãos a quem alimenta o mundo”.   Sobre a Compartveg A Compartveg é uma consultoria criada para integrar e oferecer suporte a todos os elos da cadeia alimentícia. A empresa, fundada em 2016, conta com uma equipe de especialistas, entre engenheiros agrônomos e biólogos, que capacitam produtores, fazem auditorias e promovem consultorias para pequenos, médios e grandes produtores. A companhia, que é a única reconhecida como consultora técnica para obtenção do Programa de Certificação de Produtos Agropecuários e Agroindustriais do Estado de Minas Gerais (Certifica Minas), também conta com uma equipe altamente capacitada para auxiliar produtores de hortifrúti de todo o Brasil a realizarem o cadastro no Caderno de Campo, que facilitará toda a rastreabilidade exigida pela legislação e permitirá maior segurança do alimento. Atendimento à imprensa: CDI Comunicação Erika Coradin (11) 3817-7944 – erika.coradin@cdicom.com.br; Jorge Valério (11) 3817-8002 – jorge@cdicom.com.br; [/av_textblock]

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